Desculpe-me pelo engano.
Achei que fosse outra pessoa.
Achei que fosse alguém capaz de amar, além de ser amado.
Achei que, aliás, o amor pudesse ser ainda o lugar das ilusões.
Desculpe-me por minhas boas ou/e más intenções.
Por ter depositado em ti o peso da força que não tinhas
E por ter acreditado que eras capaz de descobrir a leveza da vida
Para, junto com o vento, se desprender da dureza da terra.
Desculpe-me, achei que fosse outra pessoa.
Achei que fosse alguém capaz de dizer abertamente
Que o tempo já tinha acabado.
Que tudo que foi vivido, foi… porque tinha de ter sido.
Desculpe-me pelo tempo que perdi e pelo tempo que te tomei.
Tempo este que, infelizmente, se apagará no meio de tantas outras coisas.
Mas… por que, do seu tempo, não guardou apenas um mísero segundo
Para a pronúncia da triste e derradeira palavra “adeus”?