quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ninguém, por enquanto...



















Em meu boteco, enquanto preparo aulas, escuto "Pra ninguém", de Nila Branco. Afasto-me do que faço e me envolvo na letra da música: "Toda noite, no mesmo lugar, eu abro os olhos e deixo o dia entrar pra ninguém... Por outro lado, ninguém pra abaixar o volume, ninguém pra reclamar dos pratos sujos..." (...), (...)....
- Garçom, desce mais uma...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Boteco também é cultura

De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, boteco é “uma pequena venda tosca onde servem bebidas, algum tira-gosto, fumo, cigarros, balas, alguns artigos de primeira necessidade, geralmente situada na periferia da cidades ou à beira de estradas”. No século XV, esse conceito era mais apropriado para a palavra “botica” e, mais tarde, no século XIX, para a palavra “botequim”. É interessante notar que “botica” é originada do francês boutique, que atualmente tem o significado de “loja pequena e elegante, com artigos finos: peças do vestuário, bijuterias etc.” Em algumas regiões do país, a palavra “boteco” ainda é utilizada nesse contexto, com uma certa designação pejorativa. Esses locais também são denominados por variações como: pé-sujo, pé-pra-fora ou bufo-bufo.


Um verdadeiro boteco, para garantir-lhe a propriedade do nome (ou de suas variações), não pode faltar em seu cardápio (ou em suas estufas) o peixe frito, petiscos assados à passarinha, farofa de linguiça, amendoim, azeitonas, mortadela e os ovos coloridos, que representam a tradição desse tipo de estabelecimento. Porém, para quem, como eu, não tem a coragem de experimentar os tradicionais ovos coloridos em um boteco, segue uma dica. Prepare-os em casa mesmo!! A receita é simples.

Para adquirir a coloração azul, basta cozinhar os ovos com anilina dessa cor; para uma coloração rosa, os ovos devem ser cozidos juntamente com beterraba; para ovos amarelos, o cozimento deve ser feito com cascas de cebola.

Quanto às bebidas, é comum encontrar nos botecos a cerveja de garrafa (sempre super gelada e servida em copo americano, às vezes, com o fundo pintado para não se misturar com copos de outros botecos), a caipirinha, a popular “branquinha” (temperada ou não), o conhaque e o rabo-de-galo. A respeito dessa última bebida, o nome deriva de “coquetel”, tradução literal de cocktail, em inglês, rabo-galo. Segundo Marcelo Duarte, em seu livro O guia dos curiosos, “Entre as tantas explicações para sua origem, uma diz que os cavalos de corrida do século XVII tinham seus rabos cortados bem curto, parecendo rabos de galo. O corte lhes dava mais velocidade, apesar de deixá-los com menos equilíbrio nas curvas. Dois séculos depois, os bares dos hipódromos começaram a misturar bebidas, criando fórmulas mais fortes, que causavam efeitos intensos nos clientes. As bebidas, então, receberam o nome de cocktail.” No Brasil, cocktail ganhou sentidos diferentes: “Rabo-de-galo é uma mistura de aguardente e vermute, enquanto coquetel é uma combinação de bebidas e sucos de frutas.”

terça-feira, 16 de junho de 2009

Borboletas


Hoje acordei ouvindo Benito di Paula: "Eu sou como a borboleta, tudo que eu penso é liberdade". Mas, levante desta cama, inseto, você nasceu formiga!

Vai uma geladinha aí?


A cerveja é uma das bebidas alcoólicas mais consumidas no mundo. No Brasil, ela já ganhou status de “mania nacional” devido ao alto grau de ingestão entre a população. 

Um levantamento solicitado pelo governo brasileiro em 2007 mediu a intensidade de consumo de bebidas alcoólicas no país, e o resultado mostrou que de todas as doses de álcool que são consumidas por brasileiros dos gêneros masculino e feminino, de qualquer idade ou região do país, 61% ingerem cerveja ou chope, 25% preferem vinho, 12% bebem destilados e 25%, as bebidas do tipo “ice”. 

Partindo para a história das bebidas alcóolicas, parece que as primeiras surgiram há cerca de 10 mil anos, quando o homem descobriu, por acaso, o processo de fermentação. Assim, mais tarde, a cerveja passou a ser produzida, utilizando levedura e grãos de cereais, como cevada e trigo. Existem evidências de que a produção da cerveja tenha se originado na região da Mesopotâmia - onde, como no Egito, a cevada cresce em estado selvagem. Também no Egito Antigo, a cerveja ganhou status de bebida nacional, até com propriedades curativas, especialmente contra picadas de escorpião. E... Pasmem!!! Dizem que os egípcios gostavam tanto de cerveja que seus mortos eram enterrados com algumas jarras cheias da bebida. (Isso é que é beber de verdade!!!). 

No Brasil, o entusiasmo pela birra, atualmente, não chega a tanto como no antigo país egípcio, mas sempre há, para aqueles que adoram a “loira gelada”, um motivo para tomá-la num boteco mais próximo: bebe-se por motivos tristes e motivos alegres; bebe-se para comemorar o reencontro com os amigos e a compra daquela geladeira nova. Esses são os que “bebem socialmente”. Porém, o que é “beber socialmente”? Explicando em miúdos, não há uma quantidade estipulada, uma quantidade correta para os que bebem socialmente. Um copo, duas garrafas de cerveja, alguns engradados? Não se sabe. Tudo depende do quanto você é social. Se a sua vida social é muito intensa, 30 ou 50 cervejas estão dentro da quantidade permitida. Mas, fiquem atentos, os males provocados pelo excesso de cerveja são de tirar qualquer um do sério. Saliento, no entanto, que para estar livre desse mal, é necessária a abstinência total em relação às bebidas que contêm álcool. E você, meu fiel leitor, que bebe, mas acha que está livre desse mal-estar porque se considera um bebedor esperto, não se iluda... você ainda vai conhecer o que é ter uma boa ressaca. 

Entretanto, antes que isso aconteça, cabe aqui um alerta em relação aos efeitos desastrosos provocados pelo álcool. São os seguintes: dor de cabeça, dificuldade de se concentrar, prostração, mau humor e irritabilidade, problemas digestivos, náuseas, vômitos… - digo isso ainda sentindo o gosto do cabo de guarda-chuva e de corrimão de escada porque estive nessa situação muito recentemente. Além de todas as alterações físicas causadas pelo mau uso da bebida, há ainda o problema psicológico, pois o sujeito tem a consciência do estado miserável em que se encontra. Nesse momento, é claro, você vai dizer: “nunca mais eu bebo na minha vida.” É claro também que, como a memória de quem bebe é curta e ele não processa muito bem o que diz na hora da maldita ressaca, na próxima comemoração, olha ele lá, disposto a entornar o caldo novamente. Mas, por esses e outros motivos, finalizo este post com uma frase de Homer Simpson: “Um brinde à cerveja: a solução e a causa de todos os nossos males”.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Manual para quem bebeu demais



SINTOMA: Pés frios e úmidos.
CAUSA: Você está segurando o copo pelo lado errado.
SOLUÇÃO: Gire o copo até que a parte aberta esteja virada para cima.

SINTOMA: O chão está embaçado.
CAUSA: Você está olhando para o chão através do fundo do seu copo vazio.
SOLUÇÃO: Compre outra cerveja ou similar.

SINTOMA: O chão está se movendo.
CAUSA: Você está sendo carregado ou arrastado.
SOLUÇÃO: Pergunte se estão te levando para outro bar.

SINTOMA: As pessoas falam produzindo um misterioso eco.
CAUSA: Você está com a garrafa de cerveja na orelha.
SOLUÇÃO: Deixe de ser palhaço.

SINTOMA: A danceteria se move muito e a música é muito repetitiva.
CAUSA: Você está em uma ambulância.
SOLUÇÃO: Não se mova. Possível coma alcoólico.

Escrever é analisar-se a si mesmo


Estou estreando uma nova rotina em minha vida: exercitar a escrita, utilizando uma das modernas ferramentas criadas pela tecnologia: o blog, que é uma espécie de diário on line, no qual publicamos nossas ideias, imagens e algumas histórias (não necessariamente as nossas).



O motivo pelo qual me fez dar início a esta experiência foi em função de uma transformação ocorrida em minha vida, após um período de pouco mais de um ano, em que me 
mantive meio que em um casulo, por conta de uma tragédia ocorrida em família. Sou levada a acreditar, pela própria vivência, que quando um infortúnio acontece na vida de alguém, essa pessoa nunca será a mesma de outrora: mudam determinadas formas de ver, pensar e sentir o mundo, incluindo, nesse caso, a pessoa em questão.


Mas, o meu leitor, neste momento, pode estar pensando que qualquer experiência de vida, positiva ou negativa, resulta em mudanças, traçando o seu perfil psicológico. Porém, é preciso estar atento para perceber isso... para tentar, a partir de uma profunda reflexão, conhecer-se a si mesmo, o que é muito difícil. Não foi à toa que o filósofo chinês Lao-Tze disse o seguinte: "Quem conhece os outros é sábio. Quem conhece a si mesmo é iluminado." No entanto, ao dar início à produção deste blog, especificamente, à construção de seus textos, uma angústia tomou conta de mim, quando me deparei com a pergunta "Quem sou eu".... Fiquei longos momentos pensando na questão. Afinal, quem somos nós, quem é você e (a pergunta martela em minha cabeça)... quem sou eu? Raciocinando sobre o assunto, iniciei pesquisa na internet, a fim de saber se essa era uma aflição particular. Percebi que existem vários sites com objetivo de ajudarem o indivíduo a responder essa questão, sugerindo textos que podem ser colocados em seus blogs ou no perfil do Orkut. E, por falar nisso, estou me lembrando agora que não me angustiei tanto com fato de "não saber quem sou" quando criei um perfil para o Orkut. Coloquei apenas "Eu sou eu, e licuri é coco peqeno" - era o bastante!!!


Assim, devo salientar que para conhecer-se a si mesmo - como propõe a inscrição "Conhece-te a ti mesmo", colocada sobre o templo de Apolo, em Delfos, na Grécia - é necessário de um não-eu, um outro dotado de pureza e de sabedoria. É nesse sentido que Luigi Pirandello, teatrólogo italiano, afirma que "o eu só existe em relação ao outro". Nessa mesma linha de pensamento, Jean Paul Sartre afirma que "o homem, por si só, não pode se conhecer em sua totalidade. Só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue se ver como parte do mundo". E ainda declara: "cada pessoa, embora não tenha acesso às consciências das outras pessoas, pode reconhecer neles o que têm de igual. E cada um precisa desse reconhecimento (...). Só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha própria essência, ainda que temporária."


Por esse motivo, perdoem-me os meus leitores pelo fato de ter tomado aqui emprestadas as palavras de Florbela Espanca, com o intuito de responder ao embaraçoso "Quem sou eu" deste blog. Mas, contentem-se, meu caros, o poema da poetisa portuguesa descreve-me bem neste momento.

Quantos já beberam aqui.


Contador de visita

Onde (e quantos) estão bebendo neste momento.