segunda-feira, 15 de junho de 2009

Escrever é analisar-se a si mesmo


Estou estreando uma nova rotina em minha vida: exercitar a escrita, utilizando uma das modernas ferramentas criadas pela tecnologia: o blog, que é uma espécie de diário on line, no qual publicamos nossas ideias, imagens e algumas histórias (não necessariamente as nossas).



O motivo pelo qual me fez dar início a esta experiência foi em função de uma transformação ocorrida em minha vida, após um período de pouco mais de um ano, em que me 
mantive meio que em um casulo, por conta de uma tragédia ocorrida em família. Sou levada a acreditar, pela própria vivência, que quando um infortúnio acontece na vida de alguém, essa pessoa nunca será a mesma de outrora: mudam determinadas formas de ver, pensar e sentir o mundo, incluindo, nesse caso, a pessoa em questão.


Mas, o meu leitor, neste momento, pode estar pensando que qualquer experiência de vida, positiva ou negativa, resulta em mudanças, traçando o seu perfil psicológico. Porém, é preciso estar atento para perceber isso... para tentar, a partir de uma profunda reflexão, conhecer-se a si mesmo, o que é muito difícil. Não foi à toa que o filósofo chinês Lao-Tze disse o seguinte: "Quem conhece os outros é sábio. Quem conhece a si mesmo é iluminado." No entanto, ao dar início à produção deste blog, especificamente, à construção de seus textos, uma angústia tomou conta de mim, quando me deparei com a pergunta "Quem sou eu".... Fiquei longos momentos pensando na questão. Afinal, quem somos nós, quem é você e (a pergunta martela em minha cabeça)... quem sou eu? Raciocinando sobre o assunto, iniciei pesquisa na internet, a fim de saber se essa era uma aflição particular. Percebi que existem vários sites com objetivo de ajudarem o indivíduo a responder essa questão, sugerindo textos que podem ser colocados em seus blogs ou no perfil do Orkut. E, por falar nisso, estou me lembrando agora que não me angustiei tanto com fato de "não saber quem sou" quando criei um perfil para o Orkut. Coloquei apenas "Eu sou eu, e licuri é coco peqeno" - era o bastante!!!


Assim, devo salientar que para conhecer-se a si mesmo - como propõe a inscrição "Conhece-te a ti mesmo", colocada sobre o templo de Apolo, em Delfos, na Grécia - é necessário de um não-eu, um outro dotado de pureza e de sabedoria. É nesse sentido que Luigi Pirandello, teatrólogo italiano, afirma que "o eu só existe em relação ao outro". Nessa mesma linha de pensamento, Jean Paul Sartre afirma que "o homem, por si só, não pode se conhecer em sua totalidade. Só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue se ver como parte do mundo". E ainda declara: "cada pessoa, embora não tenha acesso às consciências das outras pessoas, pode reconhecer neles o que têm de igual. E cada um precisa desse reconhecimento (...). Só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha própria essência, ainda que temporária."


Por esse motivo, perdoem-me os meus leitores pelo fato de ter tomado aqui emprestadas as palavras de Florbela Espanca, com o intuito de responder ao embaraçoso "Quem sou eu" deste blog. Mas, contentem-se, meu caros, o poema da poetisa portuguesa descreve-me bem neste momento.

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