sexta-feira, 2 de julho de 2010

Nasci no Pelô























Nasci no Pelô
Do suor salgado de meus antepassados
Em meio aos tambores
E às pedras disformes de seus becos escuros

Nasci no Pelô
Das entranhas submissas de minhas origens
Em meio aos ritmos étnicos
E à violência arbitrária nos espaços sombrios

Nasci no Pelô
Dos braços impiedosos do meu senhor
Em meio à fogueira festiva
E a bandeirolas dançantes na noite de São João

Nasci no Pelô
Do beijo quente de um casal apaixonado
Em meio às casas coloridas
E à química lasciva do branco e do preto

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